19 de maio de 2014

DSM 5: O que mudou no diagnóstico de TDAH?

O Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (em inglês Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM) teve sua 5ª versão atualizada e publicada em maio de 2013 pela Associação Americana de Psiquiatria.

Algumas mudanças foram um pouco polêmicas, mas todas foram baseadas em pesquisas científicas publicadas em revistas de impacto internacional.

Descreveremos aqui as mudanças nos critérios diagnósticos do transtorno de atenção, hiperatividade e impulsividade (TDAH).



O TDAH agora é classificado como um "transtorno do desenvolvimento".

Em relação ao número de sintomas ou "ponto de corte" acima do qual se faz o diagnóstico (critério A) não houve alterações na infância, sendo considerados no mínimo 6 sintomas de desatenção e/ou 6 sintomas de hiperatividade/ impulsividade. No caso de adultos, este número passou para 5 sintomas, o que é um novo critério. Vale lembrar que todos estes sintomas, para serem considerados clinicamente significativos, devem estar presentes pelo menos durante 6 meses e serem nitidamente inconsistentes com a idade do indivíduo. 

O critério B, que determina a idade de início dos sintomas, também se modificou. Anteriormente, era necessário demonstrar que os sintomas estivessem presentes antes dos 7 anos de idade, o que era particularmente difícil no caso de adultos com TDAH que geralmente tem dificuldade para lembrar-se deste período e cujos pais já são mais velhos. O limite de idade foi modificado para 12 anos, algo que alguns grupos de pesquisa já vinham fazendo anteriormente. A necessidade de haver comprometimento em pelo menos duas áreas diferentes (casa e escola, por exemplo), critério C, permaneceu como antes.  

Os “subtipos” foram retirados do manual; ao invés disso, optou-se pelo emprego do termo “apresentação”, denotando que o perfil de sintomas atuais pode se modificar com o tempo (o que é bastante comum). O termo “subtipo” favorecia uma interpretação errada que aquela era uma “subcategoria” estável, fixa, do TDAH. As apresentações mantem as mesmas “divisões” que os antigos subtipos: com predomínio de desatenção, com predomínio de hiperatividade-impulsividade e apresentação combinada.

O novo DSM-V traz a opção de TDAH com Remissão Parcial, que deve ser empregado naqueles casos onde houve diagnóstico pleno de TDAH anteriormente (isto é, de acordo com todos os critérios), porém com um menor número de sintomas atuais. Uma outra novidade desta quinta edição é a possibilidade de se classificar o TDAH em Leve, Moderado e Grave, de acordo com o grau de comprometimento que os sintomas causam na vida do indivíduo.

Você pode encontrar mais detalhes dessas mudanças em uma entrevista com Dr Eric Taylor.


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